Magnésio para o coração bater no ritmo
por Lúcia Nascimento
1- Caprichar no
consumo desse mineral resguarda o peito contra arritmias. E o melhor: ele é
facilmente encontrado nas castanhas e até na singela salsa.
Bem que a gente gosta quando ele bate acelerado. Só que,
longe do mundo das emoções, o ideal é que o coração mantenha sempre o mesmo
ritmo. Em termos médicos, quando o baticum dispara ou reduz a marcha
inesperadamente, para menos de 50 ou mais de 100 batimentos por minuto, é sinal
de que existe uma arritmia. Algumas delas são congênitas, outras estão ligadas
ao uso excessivo de certos medicamentos e, por incrível que pareça, também
podem ser desencadeadas pela falta de magnésio no corpo. É que esse mineral
participa das contrações do miocárdio, o músculo cardíaco.
"O coração possui um complexo sistema elétrico
responsável por suas contrações", afirma o cardiologista Enrique Pachón,
do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, em São Paulo. "Ele apresenta
um sistema condutor dos sinais elétricos, que os distribui a todas as células
cardíacas de forma rápida e uniforme." É aí que entra o magnésio: para
gerar o sinal, as células precisam de minerais como fósforo, potássio, cálcio
e... generosas doses de magnésio. Sem algum deles, aumenta o risco de os
batimentos ficarem irregulares. E essa simples irregularidade pode se tornar
crônica.
"As primeiras alterações no miocárdio são
assintomáticas, mas com o tempo culminam até mesmo em uma parada
cardíaca", alerta o cardiologista Ricardo Gusmão, do Hospital Barra D’Or,
no Rio de Janeiro. "Muitas arritmias provocadas pela falta de magnésio
podem ser súbitas e fatais, principalmente em indivíduos com histórico de
problemas no coração", justifica o alarme o cardiologista José Luís Aziz,
da Faculdade de Medicina do ABC, na região metropolitana de São Paulo. Ao mesmo
tempo que é impossível prevenir todo e qualquer tipo da doença, é, sim, viável
evitar as arritmias que têm como estopim a carência nutricional de magnésio no
organismo. É o que mostra uma pesquisa da Universidade Harvard, nos Estados
Unidos.
De acordo com o estudo de Harvard, pessoas que consomem
pelo menos 300 miligramas de magnésio diariamente têm 37% menor risco de morte
súbita — que é a agressão máxima provocada pela falta de sincronização dos
ritmos do peito. "Muitos descompassos do coração são transitórios e
espontaneamente reversíveis. Porém, na ausência de magnésio, podem ser mais
demorados ou permanentes", esclarece o cardiologista Aloyzio Achutti, do
Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
2- Calma: é preciso muito descuido para que se instale
uma carestia do mineral no organismo. É que o nutriente está presente em tantos
alimentos que, mesmo sem perceber, a gente acrescenta boas doses dele ao prato,
desde que a dieta seja balanceada. "Vegetais folhosos verde-escuros,
legumes, frutas como o caju, a banana e a maçã, cereais integrais, nozes e
castanhas são alguns exemplos", enumera Lucy Aintablian Tchakmakian,
nutricionista e coordenadora adjunta do curso de nutrição do Centro
Universitário São Camilo, em São Paulo.
As veias e as artérias que passam pelo órgão bombeador de
sangue também são beneficiadas quando o sal mineral corre por ali com
frequência. Ele atua na coagulação sanguínea, processo em que muitas
substâncias interagem entre si para criar uma placa grossa que impede o
escoamento do líquido vermelho. "As plaquetas são partículas formadas pela
medula óssea e têm a capacidade de aderir a qualquer superfície quando fora dos
vasos", explica o cardiologista Enrique Pachón. Assim, diante de um reles
machucado, inicia-se a coagulação. Só que, quando há falhas no processo,
originam-se os temidos trombos, que ameaçam entupir os vasos. Eles estão entre
os estopins para infartos e derrames. "O magnésio é importante porque, sem
ele, as plaquetas se tornam mais aderentes, propiciando os tais trombos",
revela Pachón.
Outro motivo para o coração não perder a marcha vem do
poder do magnésio em aumentar a sensibilidade à insulina. Por isso, ele ajuda a
reduzir as taxas de açúcar no sangue e previne o diabete, um dos fatores de
risco para problemas cardiovasculares. Pesquisa realizada na Universidade
Justus-Liebig, na Alemanha, revela que suplementos diários do mineral,
ingeridos por seis meses pelos participantes, são capazes de reduzir em quase
10% os níveis de glicose circulante. "O magnésio auxilia o transporte do
açúcar através das membranas celulares e influencia na sua queima",
explica a endocrinologista Monica Cabral, da Sociedade Brasileira de Diabetes.
"O consumo insuficiente do mineral poderia provocar maior resistência à
insulina, especialmente em pacientes com diabete tipo 2."
Como os nossos rins têm a capacidade de eliminar o
excesso de magnésio, uma dieta rica no nutriente não traz riscos à saúde,
exceto se quantidades muito além da conta forem ingeridas. E, nesse caso, o
corpo dará sinais de que algo está errado. O melhor é manter o ritmo — o
coração que o diga! — e não pecar nem pela falta nem pelo excesso.
3 - Abaixo estão alguns dos alimentos mais ricos em
magnésio. O número ao lado de cada um deles revela quanto possuem do nutriente
em cada 100 gramas:
Salsinha crua: 698 mg
Cebola crua: 404 mg
Castanha-do-pará: 365 mg
Semente de linhaça: 347 mg
Castanha de caju torrada com sal: 327 mg
Amêndoa torrada e salgada: 222 mg
Café: 165 mg
Nozes: 153 mg
Espinafre refogado: 123 mg
Aveia em flocos: 119 mg
ELE NÃO GOSTA DE…
Em excesso, o cálcio dos laticínios, o fósforo do feijão,
os fitatos dos cereais e o ácido oxálico do chá preto prejudicam a absorção de
magnésio. Isso ocorre porque eles formam complexos insolúveis com o mineral,
dificultando seu aproveitamento pelo organismo. "Consumir bebidas
diuréticas, como a cerveja, também diminui sua absorção", lembra a
nutricionista Luciana Setaro, da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Já
as proteínas das carnes, a vitamina D da gema de ovo e a lactose do leite
favorecem sua assimilação.
301 FUNÇÕES
4- Além de agir no coração, o magnésio tem participação
em cerca de 300 processos fundamentais no corpo. Ele entra na formação de
dentes e ossos, ajuda na transmissão dos impulsos nervosos, intervém no
relaxamento dos músculos e na produção de energia celular… Ufa!
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Alimentos ricos em Magnésio
Tatiana Zanin
O magnésio é um mineral essencial utilizado na síntese de
proteínas, no transporte de energia e em mais de 300 reações químicas que
ocorrem diariamente no organismo. Confira quais são os alimentos mais ricos em
magnésio e o que a falta de magnésio pode provocar.
Lista de alimentos ricos em magnésio
Confira uma lista com os alimentos ricos em magnésio:
• Frutas:
abacate, banana e uva
• Verduras:
beterraba, quiabo, batata, espinafre e couve
• Grãos e
derivados: granola, aveia, farelo de milho e gérmen de trigo
• Nozes e
Sementes: girassol, gergelim, amendoim, castanha
• Outros
alimentos: leite, soja, peixes, pão, grão de bico
São encontradas cerca de 30mg de magnésio em 100g destes
alimentos e, para manter uma vida saudável e um bom funcionamento cerebral, os
médicos indicam o consumo diário de 400mg de magnésio.
Falta de magnésio no organismo
A falta de magnésio no organismo pode trazer sintomas
desagradáveis para o indivíduo, tais como:
• Alterações
do sistema nervoso como depressão, tremores e insônia
• Insuficiência
cardíaca
• Osteoporose
• Pressão
alta
• Diabetes
mellitus
• Tensão pré
menstrual - TPM
• Insônia
• Cãibras
• Falta de
apetite
• Sonolência
• Falta de
memória
A função do magnésio é manter os ossos e os dentes
saudáveis, facilitar a transmissão dos impulsos nervosos e regularizar as
contrações musculares e, por isso, em caso de falta de magnésio no organismo as
situações acima citadas podem ocorrer.
Os remédios que podem provocar uma baixa concentração de
magnésio no sangue são: ciclosserina, furosemina, tiazidas, hidroclorotiazidas,
tetraciclinas e contraceptivos de uso oral.
Suplementação de magnésio
Recomenda-se a suplementação com magnésio quando seus
valores ficam inferiores a 1mEq por litro de sangue, ou em caso de contrações
uterinas precoces durante a gravidez e em caso de vômitos ou diarreias, pois
perde-se muito magnésio desta forma.
É importante ressaltar que, caso haja a suplementação de
magnésio durante a gravidez, ela deve cessar por volta da 35º semana de
gestação, para que o útero consiga contrair-se corretamente e assim o bebê
nascer.
Os médicos garantem que não há necessidade de
suplementação com magnésio em indivíduos que tenham uma boa alimentação, pois
pode haver excessos, gerando sintomas como enjoos, vômito e dor de cabeça.
Sintomas de falta de magnésio
A falta de magnésio pode provocar diversas doenças e
estas podem ser tratadas com a suplementação de magnésio na dieta. Alguns sintomas de falta de magnésio são:
• Tremores,
wensibilidade à ruídos, fadiga,
• depressão,
nervosismo, tensão,
• insônia,
TPM, hipertatividade,
• convulsões,
cálculos renais, hipertensão,
• diabetes
melito, taquicardia, aritimias,
• insuficiência
cardíaca, espasmos coronarianos,
• anginas,
infartos, espasmos musculares,
• cólicas
mesntruais, gangrena, eclâmpsia,
• toxidade
por chumbo, alcoolismo.
A toma de alguns medicamentos podem levar à deficiência
de magnésio, são eles: ciclosserina, furosemina, tiazidas, hidroclorotiazidas,
tetraciclinas e contraceptivos de uso oral.
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