Fruta
100% brasileira. É dela que estamos falando. Discreta no quintal de nossa casa,
ela contém teores espantosos de substâncias protetoras do peito. Ganha até da
uva e provavelmente do vinho, que são festejados no mundo inteiro por evitarem
infartos. Você vai conhecer agora uma revelação científica - e das boas - que
acaba de cair do pé
Benefícios
da jabuticaba à saúde - "Protege e estimulam a reparação dos tecidos ricos
em colágeno – principal proteína da pele, responsável pela firmeza e
elasticidade; protege contra a aterosclerose; combate as rugas, reduzem a
produção de histamina (o que aumenta a resistência do organismo contra a
agressão de certas substâncias mutagênicas), o colesterol comum e o LDL (o mau
colesterol) e os radicais livres; melhora a circulação sangüínea
periférica..."
1)
Qual a origem da jabuticabeira?
A
jabuticaba (do tupi “iapoti kaba” que significa “frutas em botão”), para o
orgulho dos brasileiros, é uma fruta silvestre 100% brasileira, típica da Mata
Atlântica. É encontrada nas regiões tropicais, do Norte ao Sul do país, e são
três as espécies cultivadas. A jabuticaba-sabará (Myrciaria cauliflora) é a
mais saborosa, cujos frutos são de tamanho médio.
2)
A jabuticaba é uma fruta rica em antocianidina. Quais os benefícios dessa
substância para o organismo?
As
antocianidinas pertencem à classe dos bioflavonóides (compostos amplamente
distribuídos no reino vegetal, descobertos em 1936, que apresentam ação
semelhante à vitamina C; também denominados vitamina P), que conferem às
plantas, frutas e flores uma cor que varia do vermelho ao azul. Dentre os
grupos de bioflavonóides, encontram-se as pró-antocianidinas, precursoras das
antocianidinas. As pró-antocianidinas são atóxicas, solúveis em água e
facilmente encontradas nos vegetais; as mais ativas são aquelas extraídas da
casca dos pinheiros (patenteada na França, em 1951) e das sementes da uva
(também patenteada na França, em 1970).
Nas
últimas duas décadas, inúmeros estudos e pesquisas contribuíram para uma melhor
compreensão a respeito das pró-antocianidinas. Experiências em laboratórios
demonstraram que as antocianidinas são, aproximadamente, 50 vezes mais potentes
do que a vitamina E e 20 vezes mais do que a vitamina C. Outros estudos
realizados com animais e seres humanos demonstraram que esses compostos apresentam
propriedades antioxidantes, capazes de reduzir e combater os radicais livres
(moléculas altamente instáveis e reativas que se ligam às células, responsáveis
por diversos processos patológicos: inflamações, intoxicações, infarto do
miocárdio, doenças degenerativas, câncer e envelhecimento).
São
inúmeros os benefícios das antocianidinas: protegem e estimulam a reparação dos
tecidos ricos em colágeno – principal proteína da pele, responsável pela
firmeza e elasticidade – (como as paredes das artérias, conferindo proteção
contra a aterosclerose) e, conseqüentemente, previnem e combatem as rugas;
reduzem a produção de histamina (o que aumenta a resistência do organismo
contra a agressão de certas substâncias mutagênicas), o colesterol comum e o
LDL (o mau colesterol) e os radicais livres; melhoram a circulação sangüínea
periférica; restauram a funcionalidade dos capilares e fortalecem os vasos
sangüíneos (prevenindo equimoses, varizes, fragilidade capilar e derrames
cerebrais; benificiando, inclusive, os diabéticos); protegem as células
cerebrais (o que auxilia na melhora da memória e combate à senilidade);
melhoram as defesas imunológicas, a resistência física e a disposição, a
elasticidade muscular e a visão (juntamente com outros antioxidantes, fitoterápicos
e suplementos nutricionais, combatem a degeneração macular dos olhos – a perda
progressiva da visão –, dentre outros problemas oftalmológicos); auxiliam na
estabilização da taxa de açúcar no sangue dos diabéticos; apresentam
propriedades anticancerígenas, etc.
3)
Qual a quantidade da substância na fruta? Uma jabuticaba ou uma porção de 100
g, por exemplo, teria quanto de antocianidina?
Não
obstante serem ainda poucas as pesquisas realizadas no Brasil sobre a
jabuticaba, segundo dados recentes da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), cada grama de jabuticaba contém cerca de 314 miligramas de
antocianidina.
4)
É verdade que a jabuticaba tem mais antocianidina que as uvas? Há índices para
essa comparação?
Sim.
Segundo a mesma UNICAMP, um grama de uva contém cerca de 227 mg de
antocianidina, enquanto que a amora (também muito benéfica para os olhos), 290
mg.
5)
A antocianidina é encontrada apenas na casca? Como boa parte das pessoas
descarta a casca na hora de comer a fruta, qual é sua sugestão para que não se
dispense o consumo das antocianidinas da jabuticaba?
Na
jabuticaba sim. Os bioflavonóides (vitamina P) estão presentes, principalmente,
nas frutas cítricas (em maior concentração nas partes brancas internas dos
frutos e, muitas vezes, participam de sua coloração) e nas pimentas vermelhas.
As pró-antocianidinas encontram-se presentes em muitos vegetais, frutas e
plantas, mas principalmente nas sementes da uva, na casca dos pinheiros, no
espinheiro-bravo (Crataegus oxyacantha), no mirtilo (Vaccinium myrtillus ou
Bilberry) e na groselha-preta (Blackcurrent). Recomenda-se utilizar a fruta
fresca (a casca e a polpa) na confecção de um saboroso suco, batendo-as com
água no liquidificador e depois coar. Deve-se tomar o suco fresco para se aproveitar
melhor o sabor e os nutrientes presentes na fruta, evitando-se a sua oxidação.
6)
Além das antocianidinas, há outras susbtâncias benéficas na casca?
A
casca da jabuticaba é rica em pectina (fibra solúvel), que auxilia na redução
da velocidade de absorção dos alimentos, à medida que são ingeridos. É indicada
nos casos de hipoglicemia e diabetes, pois contribui, neses casos, para que os
níveis de glicose (açúcar) no sangue sejam mantidos mais próximos da
normalidade. Contribui para a desintoxicação orgânica (pois auxilia na remoção
das toxinas e dos metais pesados); auxilia no combate do excesso de colesterol,
o que diminui o risco de cálculos biliares e de doenças cardiovasculares; e
melhora a função da vesícula biliar. Outras fontes naturais de pectina: maçã,
cenoura, beterraba, repolho, frutas cítricas, uva, banana, ervilha, leguminosas
e casca da cebola. As fibras solúveis (encontradas nas frutas; ervilhas;
feijões secos; cevada; aveia; goma de guar, planta nativa da Índia; mucilagens
e pectinas) são melhores para auxiliar no controle do colesterol e no combate
da obesidade e do diabetes. Já as fibras insolúveis (farelo de trigo) são mais
indicadas para a saúde do intestino.
7)
Já a polpa da fruta é rica em que nutrientes? Quais os seus benefícios?
De
cor branca, mole e suculenta, a polpa da fruta contém, em 100 gramas: ferro:
1,90 mg (combate anemia); fósforo: 14 g (desempenha uma importante função no
metabolismo energético; juntamente com outros minerais, auxilia no combate do
estresse, da imunodeficiências, do raquitismo e da piorréia alveolodentária –
infecção crônica que acomete os elementos de sustentação dos dentes); vitamina
C: 12 mg (indicada nas infecções em geral; alergias; asma; glaucoma; varizes;
prevenção da catarata e do câncer; aterosclerose; hipertensão arterial;
periodontite; imunodeficiências; anemia; depressão; fadiga crônica; diabetes;
gota; alcoolismo e tabagismo; hepatite; constipação intestinal, etc.); e
niacina (vitamina B3, sua deficiência pode ocasionar fraqueza muscular, indigestão,
erupções na pele e anorexia): 2,50 mg. Cada 100 gramas de jabuticaba contêm,
aproximadamente, 45 calorias (considerada pouco calórica). São encontrados
também: açúcares (frutose e sacarose) e ácidos orgânicos (cítrico e oxálico).
8)
Qual a recomendação para o consumo de jabuticaba? Quantas porções por semana,
por exemplo?
Na
época da safra, deve-se aproveitar para consumi-la (também in natura)
diariamente: na forma de sucos (mais saudável, por se aproveitar melhor as
antocianidinas presentes nas cascas), geléias, etc. Deve-se evitar adoçar muito
o suco, pois a fruta já é doce. Já em condições especiais de saúde, devem ser
seguidas as orientações terapêuticas de um naturopata.
9)
Qual a melhor forma para consumi-la? Fresca, em sucos, geléias, outros
pratos...
Como
a jabuticaba é rica em açúcar, deve ser colhida e consumida na hora (fresca),
para evitar-se a sua fermentação, conseqüentemente, a alteração do seu sabor e
de seu valor nutricional. Quando colhidas, as jabuticabas se deterioram muito
rapidamete, por isso devem ser consumidas no mesmo dia. Para sua preservação por
um ou dois dias, devem ser lavadas, enxutas e guardadas na gaveta da geladeira.
10)
O senhor tem alguma receita saborosa que leva jabuticaba?
Além
da conhecida e tradicional receita de geléia, a jabuticaba também é utilizada
na produção de vinho; licor e xarope (à base de mel). Juntamente com outras
frutas, elaboram-se deliciosos e nutritivos sucos (morango, acerola, laranja,
abacaxi, jambo, caju, uva, etc.). Adicionando-se algumas gotas de limão fresco
ao suco de jabuticaba, ele adquire uma coloração avermelhada. Batendo-se a
polpa e a casca da jabuticaba com abacaxi, o suco torna-se azulado. Essas
variações de cor ocorrem devido às diferenças do pH ácido das frutas. O extrato
da casca da fruta é utilizado como corante de vinhos e vinagres.
11)
Há algum tipo de problema de saúde específico que seja combatido pela
jabuticaba?
Na
naturopatia, utiliza-se o suco fresco e o chá da casca nos casos de alergias,
imunodeficiências, fragilidade capilar, doenças degenerativas da visão,
amigdalite, angina pectoris, disenterias (infecção intestinal), varizes e
erisipela (doença cutânea infectocontagiosa aguda); o chá e o xarope (com mel)
da entrecasca e polpa da fruta, nos casos de anemia, estresse, asma, bronquite,
gripes e resfriados.
12)
Entre as crianças a fruta traz algum benefício? E para as gestantes?
Sim.
O consumo da fruta pelas crianças, com o cuidado de se não consumirem os
caroços, é muito benéfico para o seu desenvolvimento saudável. Essa fruta é
muito benéfica à saúde da gestante e do bebê.
CLASSIFICAÇÃO
CIENTÍFICA
Reino:
Plantae
Divisão:
Magnoliophyta
Classe:
Magnoliopsida
Subclasse:
Rosidae
Ordem:
Myrtales
Família:
Myrtaceae
Gênero:
Plinia
Fontes:
Fonte:
UOL
http://www.suapesquisa.com/frutas/jabuticaba.htm
Pesquisa Frutascom,
sábado, 18 de setembro
de 2012